terça-feira, 27 de abril de 2010

Tarefa_Semana4_Grupo19_CarlosLeite

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE MATEMÁTICA

LANTE – Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino

CFTEaD – Curso de Formação de Tutores para Ensino à Distância

Tutora: Teresa Raquel Dalta de Carvalho

Aluno: Carlos Alberto Soares Leite

Pólo: Campo Grande – Grupo 19

Tarefa da Semana 4: “A Importância do Tutor”


Como resolver algumas situações-problema do cotidiano de um tutor?


Sejam as três primeiras situações-problema apresentadas no documento “O dia-a-dia de um tutor, situações-problema”, disponibilizado pela coordenadoria do Curso de Formação de Tutores para Educação a Distância – CFTEaD – LANTE / UFF:


1) Quando há discordância entre a opinião do tutor... e a do conteudista

Em um curso de formação de tutores em Educação a Distância, o tutor João se deparou com uma situação difícil ao perceber que não concordava com a abordagem utilizada em um dos textos base desenvolvido pelos conteudistas.
Embora reconhecesse que seu papel era o de intermediar e debater com os alunos os assuntos propostos pelos conteudistas, não sabia como proceder naquele caso: defender a abordagem utilizada? Introduzir sua própria visão?

Qual o papel do tutor na mediação dos materiais didáticos desenvolvidos pelos conteudistas?

O que você faria se fosse o tutor João?

De fato, esta situação é bastante enredadora, pois coloca em xeque o pensamento crítico do tutor perante as pessoas que planejam um Curso de Educação a Distância.

Inicialmente, o tutor deve ter consciência do seu papel de mediador que, no caso acima, é utilizar o material didático elaborado pelo coordenador de disciplina (ou conteudista) no acompanhamento dos alunos. Essa mediação é submetida aos aspectos da subordinação.

O “tutor João”, mesmo discordando com a abordagem de um dos textos propostos pelos conteudistas, deve informar aos alunos o conteúdo dos materiais disponíveis sem expor a sua opinião, uma vez que o tutor representa o sistema de tutoria junto aos estudantes, orientando-lhes quanto aos objetivos do Curso para que possam desenvolver a autonomia.

Portanto, conforme afirma Souza, et al (2004, p.7), “A importância e a complexidade da posição que ocupa o tutor dentro de um sistema de EaD exige que ele possua o domínio de uma prática política educativa, formativa e mediatizada”.


2) Havia um problema técnico no meio do caminho...

Quando Ana Maria foi convidada para participar como tutora de um curso a distância, ficou muito preocupada, pois não se sentia confortável com a utilização do computador e da Internet. Ao longo do curso, quando surgiam dúvidas dos alunos, Ana Maria preferia não responder, ao invés de assumir que não sabia e encaminhar ao suporte técnico. Isto criou uma situação de grande desânimo e a maioria dos alunos acabou desistindo do curso.

Você acha que o tutor precisa ter domínio técnico sobre as ferramentas utilizadas no curso?

Como a situação de Ana Maria poderia ser superada?

Quanto aos assuntos técnicos que envolvem os cursos de ensino a distância, geralmente, existem instituições que disponibilizam uma equipe especializada responsável por viabilizar o processo de comunicação técnico-pedagógico.

O tutor à distância (ou virtual) é especialista na área do conhecimento da disciplina em que atua. Contudo, em virtude de trabalhar num ambiente virtual e usar ferramentas tecnológicas, faz-se necessário o domínio técnico sobre esses instrumentos.

Nesta situação-problema, Ana Maria deveria ter solicitado apoio ao suporte técnico do curso para utilizar o computador e ajudá-la no acesso à Internet. Em relação às dúvidas estritamente técnicas dos alunos, a tutora poderia orientá-los a contatar o suporte técnico.


3) Conflitos virtuais... são reais?

Em um curso sobre o Uso de Mídias na Educação, a tutora Cristiane precisou lidar com uma situação de desentendimento entre dois alunos em um fórum de discussão.
O aluno Pedro, que frequentemente lançava perguntas para os demais participantes, começou a questionar Aline sobre o que ela achava ser uma forma efetiva de utilizar a Internet no ensino. Em sua resposta, Aline elencou uma série de possibilidades e terminou dizendo que um dos grandes desafios do professor era criar formas de chamar a atenção dos alunos para o estudo. Pedro retrucou perguntando se Aline achava mesmo que era papel do professor chamar a atenção dos alunos. Em resposta, Aline procurou explicar que o uso de recursos lúdicos e interativos era sim uma forma possível de motivar os alunos, contribuindo com a prática do professor. Mais uma vez Pedro se colocou, dizendo que não podia concordar com a opinião de Aline de que professor precisa se preocupar com formas de chamar a atenção dos alunos para a aprendizagem.
Foi então que Aline se posicionou “Realmente, em se tratando se tratando de chamar “a atenção”, algumas pessoas têm maior expertise do que outras. Parabéns, Pedro”.

Qual deve ser o papel do tutor em uma situação de conflito como esta?

As interações discursivas expressam naturalmente divergências de opiniões que, através da comunicação escrita nas Comunidades Virtuais de Aprendizagem (CVA), geram conflitos e podem colaborar para a construção coletiva do conhecimento. Segundo Primo e Moscovici (2007, p. 210; 1998, p. 6), “... o conflito pode ser mais produtivo a um grupo do que o consenso ou a concordância, pois esses podem contribuir para a estagnação e não permitir que surjam soluções mais complexas e mais adaptadas ao contexto em questão...”.

O papel do tutor em situações de conflitos deve ser o de mediador das opiniões discordantes. Na situação-problema acima, por exemplo, a “tutora Cristiane” poderia promover reflexões sobre os pensamentos conflitantes de cada um dos dois alunos, fazendo-os discutir os conceitos envolvidos no tema proposto, e possibilitar a participação dos demais colegas para juntos produzirem novas relações de conhecimentos.

Em fim, diante de todas essas situações-problema apresentadas, o tutor deve procurar manter as quatro principais qualidades apontadas por Aretio (2001): cordialidade, aceitação, honradez e empatia.



Referências Bibliográficas:


  • GIANNELLA, T. R.; STRUCHINER, M. e RICCIARDI, R. M. V. Lições aprendidas em experiências de tutoria a distância: fatores potencializadores e limitantes. Laboratório de Tecnologias Cognitivas NUTES/UFRJ. Tecnologia Educacional – ANO XXXI – NOS161/162 – et al, Abril – Setembro de 2003.

  • MILL, Daniel. e FIDALGO, Fernando. Sobre tutoria virtual na educação a distância: caracterizando o teletrabalho docente. Virtual educa Brasil, 2007.

  • SOUZA, C. A.; SPANHOL, F. J.; LIMAS, J. C. O. e CASSOL, M. P. Tutoria como espaço de interação em educação a distância. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v.4, n.13, p.79-89, set./dez.2004.

  • ZANK, C.; BASSO, L. O. e PASSERINO, L. M. Interações Discursivas: conflitos necessários à construção do conhecimento em comunidades virtuais de aprendizagem. Novas Tecnologias na Educação. CINTED / Universidade Federal do Estado do Rio Grande do Sul - UFRGS. Artigo v.6 no. 2, Dezembro, 2008. Disponível em: <http://www.cinted.ufrgs.br/renote/dez2008/artigos/2c_claudia.pdf>.
    Acesso em: 26 de abril de 2010.


Um comentário:

  1. Feedback de Tutor
    Teresa Raquel Dalta de Carvalho [TD]
    quarta, 28 abril 2010, 20:52
    Nota: 100,00 / 100,00)

    Muito bem, Carlos! Nos problemas técnicos, orientar a usar o suporte é sempre apropriado, e nos de "relacionamento" no ambiente virtual, as qualidades que você citou são sempre bem-vindas!

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